Rui Sampaio e Silva - "Empatia e explicação da acção"

Rui Sampaio e Silva (U. Açores)

Um dos debates centrais no domínio da filosofia da mente e da psicologia cognitiva é aquele que divide os defensores das assim chamadas 'teoria da teoria' e 'teoria da simulação'. De acordo com os primeiros, explicamos o comportamento humano a partir da perspectiva da terceira pessoa, com base em teorias e generalizações empiricamente testáveis. De acordo com a teoria da simulação, explicamos habitualmente o comportamento humano imaginando o que faríamos no lugar de outrem e recorrendo, para tal, às nossas emoções, motivações e capacidade de deliberação.

O método da simulação consiste numa naturalização da velha noção hermenêutica de empatia, que deixa de ser uma faculdade misteriosa de comunhão intersubjectiva e passa a ser um mecanismo cognitivo com bases biológicas. Apesar da sua orientação mais naturalista, a teoria da simulação defende, em sintonia com a tradição hermenêutica, que as ciências humanas não podem ser reduzidas à metodologia das ciências naturais.

Em alternativa a uma concepção meramente psicológica do método da simulação, é possível articular tal método com o Princípio da Caridade de Davidson, na medida em que a simulação de outras mentes, ao mobilizar a nossa capacidade de deliberação, envolve pressuposições de racionalidade.

UBI, Pólo I, Sala dos Conselhos

 

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