Programa

Auditório da Biblioteca da UBI

09:00
Registo

09:30
Abertura
Paulo Serra
Francisco Paiva

10:00
JOAQUÍN LÓPEZ DEL RAMO
Fotografías ferroviarias de la Beira Baixa. Desde la vivencia del instante fugaz a la construcción de un registro documental, histórico y social

10:45
LILIAN OLIVEIRA NEVES
Arquivo na obra fotográfica de Eustáquio Neves

11:30
JÚLIA LEITÃO DE BARROS
Entre memórias e desmemória

13:00
Almoço livre

14:00
RITA MARIA GONÇALVES RIBEIRO
Narrar as vozes da alteridade: o testemunho, a literatura e as ciências sociais

14:45
MIGUEL MESQUITA DUARTE
O Atlas de Gerhard Richter e a Transmissão da Memória Traumática: Entre Arquivo, Fotografia e Abstracção.

15:30
Mesa redonda

17:30
Encerramento

Oradores

Joaquín López Del Ramo

Doctor en Periodismo por la Universidad Complutense de Madrid con la tesis “Análisis del tratamiento informativo de transporte ferroviario en el diario ABC (1975-2001)”. Experto en Información Socioeconómica (UCM). Profesor Contratado Doctor en la Universidad Rey Juan Carlos de Madrid (URJC), donde desarrolla su actividad profesional como docente e investigador desde 2004. Sus áreas de especialización son fotoperiodismo en medios impresos y digitales, grafismo y diseño web. Participante en proyectos de investigación competitivos, nacionales e internacionales, desde 2004. Autor de libros en editoriales SCI, artículos en revistas de impacto, aportaciones en congresos científicos y modelos originales de análisis patentados en Propiedad Intelectual; gran parte de esta producción está dedicada al estudio del fotoperiodismo y sus fórmulas emergentes. Miembro del grupo de investigación GEAC (Grupo de Estudios Avanzados de Comunicación- URJC). Aparte de su labor en el ámbito universitario, ha sido colaborador en diferentes publicaciones ferroviarias y es fotógrafo aficionado y coleccionista de fotográficas de diferentes temáticas, destacando su archivo ferroviario, en su mayor parte de autoría propia, que consta de más de 10.000 originales.

Júlia Leitão de Barros

Doutorada em História pela Faculdade Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (U.N.L.). Coordenadora secção Media e Jornalismo, Escola Superior de Comunicação Social (ESCS). Leciona entre outras unidades curriculares História dos Media, na ESCS. Investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL). Alguns trabalhos publicados: «Anglofilia e germanofilia em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial» in Portugal e a Segunda Guerra Mundial, Lisboa: Dom Quixote, 1989; «O Jornal Clandestino Alerta!» in As Ciências da Comunicação na Viragem do Século, Comunicação & Linguagens, 2002; «O Cerco ideológico do Estado Novo na imprensa de província», Caleidoscópio, Revista de Comunicação e Cultura, nº5 e 6, 2004/ 2005; «Redações abertas: fontes informativas e terreno de implantação dos jornais políticos» in Espaços, Redes e Sociabilidades, Cultura Política no Associativismo Contemporâneo, Lisboa: IHC, FCSH ,2016; «O cerco da Guerra: propaganda, diplomacia e política de informação do Estado Novo ( 1940-1942)» in Salazar, O Estado Novo e os Media, Lisboa: Edições 70, 2017.

Miguel Mesquita Duarte

Membro integrado do Instituto de História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa. O seu trabalho foca a arte de arquivo na sua relação com a produção de formas alternativas da memória e do conhecimento histórico por via da fotografia e do cinema. Publica regularmente desde 2014 em revistas internacionais da especialidade. Os seus artigos incluem, entre outros: “Reading History Through Film: Cinema, Memory, and the Persistence of Time in Heddy Honigmann’s Forever”, Studies in Documentary Film 12(1) (Routledge, 2017): 56-71; “On a 1947 Rediscovery: Archive, Memory and Self-Inscription in the Work of Julião Sarmento” (com Bruno Marques), Photographies 9(3), (Routledge, 2016): 251-273; “O (Ir)representável da História: O Cinema e o Arquivo do Holocausto”, Doc On-Line: Revista Digital de Cinema Documentário 22, (LabCom.IFP/UBI, UNICAMP, 2017): 216-242; “The Regenerative Cinematic Surface: Contractions, Expansions and Migrations in Borges’ The Aleph and Marker’s Sans Soleil”, Studies in Visual Arts and Communication: an international journal 1(2) (George Enescu National University of Arts, 2014) (on-line). Participou em painéis de diversas conferências nacionais e internacionais. A sua tese, Imagem (de) Arquivo e Tempo Mnemotécnico: Para um Projecto de Arquiviologia na História da Arte, concluída em 2016, será publicada no corrente ano pela editora Livros LabCom.IFP, Universidade da Beira Interior.

Rita Maria Gonçalves Ribeiro

Rita Ribeiro é Professora Auxiliar do Departamento de Sociologia, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Doutorou-se em Sociologia, em 2008, pela Universidade do Minho, onde fez também mestrado em Antropologia. É investigadora e vice-directora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, no grupo de trabalho de Estudos Culturais. É membro do Executive Board da Research Network Sociology of Culture, da European Sociological Association. Tem desenvolvido investigação na área da sociologia da cultura, com particular atenção ao tema das identidades colectivas. Os seus trabalhos têm procurado cruzar as questões das identidades culturais, memória, migrações, turismo, diversidade cultural e cidadania. Tem desenvolvido também actividades de ligação à comunidade, nomeadamente no âmbito de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura e do estudo de manifestações de cultura popular.

Lilian Oliveira Neves

Doutoranda em Sociologia na UBI, onde desenvolve dissertação de doutoramento sobre a obra do fotógrafo e artista multimédia brasileiro Eustáquio Neves, suas temáticas etno-culturais e processos conceptuais híbridos e interdisciplinares. Dirigiu o Museu do Diamante, em Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Um museu histórico com forte vinculação à indústria extrativa e à história da comunidade local, onde desenvolveu e coordenou numerosos processos de curadoria com temáticas associadas à cultura e artistas locais. Na qualidade de responsável pelo serviço educativo do Museu, ao qual dedicou a sua dissertação de mestrado, apresentada à Universidade de São Paulo BR, tem vindo a investigar as dinâmicas culturais e a delinear estratégias para o estabelecimento de uma agenda cultural na região, envolvendo diversas linguagens artísticas, oficinas de formação e ateliers abertos de desenho, monotipia, gravura, história da arte, cerâmica, pintura, teatro, dança, performance vídeo e fotografia.

Comunicações

Joaquín López Del Ramo

Fotografías ferroviarias de la Beira Baixa. Desde la vivencia del instante fugaz a la construcción de un registro documental, histórico y social

Las relaciones entre fotografía y ferrocarril se inician desde el punto en que comparten un mismo momento histórico de nacimiento: el primer tercio del siglo XIX. Además de cronológicamente concordantes, ambos inventos marcaron el devenir del mundo. A pesar de su muy diferente naturaleza, la fotografía como medio de representación de la realidad con un grado de fidelidad hasta entonces desconocido, y el ferrocarril como modo de transporte revolucionario e impulsor del progreso económico y social, fotografía y ferrocarril poseen un nexo esencial añadido: son vehículo de comunicación y de información. Esta vinculación pasa a ser relación directa cuando la fotografía adopta al ferrocarril como motivo temático central, lo cual también se produce prácticamente desde sus comienzos.
Alrededor del ferrocarril se involucran aspectos muy diversos: tecnológico-industrial, paisajismo natural, entorno urbano e industrial y, por supuesto, las personas que trabajan en él o que lo utilizan. Todo ello plantea visiones específicas y al tiempo complementariamente enriquecedoras. La fotografía ferroviaria no sólo refleja el tren, sino también los modos de vida propios de cada momento histórico, por lo que enlaza pasado y presente, de ahí que sea testimonio y memoria en sentido estricto. A partir de la experiencia personal del autor, el objeto de esta comunicación es explicar estas relaciones entre ferrocarril e imagen fotográfica, y subrayar su importancia desde el punto de vista documental, informativo y humano.


Júlia Leitão de Barros

Entre memórias e desmemória

À medida que à escala mundial se vai constituindo um híper-sector de produção, circulação e acesso de notícias, marcado por fenómenos de convergência, homogeneização cultural e instrumentalização propagandística, os estudos na área da comunicação assumem um papel relevante para a compreensão das reconfigurações da esfera pública.
Face à mudança nas atividades profissionais da área da comunicação, em termos tecnológicos, organizacionais e laborais, considero uma prioridade resgatar memórias que tendem a ser ignoradas e esquecidas, nas fontes oficiais e nos registos institucionais, da área da comunicação social.
As ciências sociais têm vindo a valorizar a recolha de memória oral como recurso informativo, sustentando a sua pertinência epistemológica pela capacidade de dar voz a um leque mais plural de indivíduos e grupos, favorecendo o estudo de novas temáticas, que sem os testemunhos orais dificilmente poderiam ser objeto de pesquisa. Enquanto terreno de investigação a recuperação da memória oral tem vindo a afirmar-se como espaço multidisciplinar favorável à inovação.
O Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação visa recolher, preservar e disponibilizar registos de memória oral sobre as profissões da comunicação.


Miguel Mesquita Duarte

O Atlas de Gerhard Richter e a Transmissão da Memória Traumática: Entre Arquivo, Fotografia e Abstracção.

O Atlas de Gerhard Richter é um projecto monumental que reflecte a tentativa de construção de uma iconografia da memória individual e colectiva. Iniciado em 1962, após a decisão do artista em deslocar-se da Alemanha de Leste para a Alemanha Ocidental, o Atlas é composto, no seu estado actual, por mais de 5.000 fotografias, distribuídas por diferentes constelações de painéis. Esta comunicação centrar-se-á na análise de painéis específicos do Atlas, dedicados à memória fracturante da Segunda Grande Guerra e do Holocausto. Procurar-se-á demonstrar que estes acontecimentos traumáticos se intersectam com a memória autobiográfica de Richter, desempenhando um papel fundamental em alguns dos momentos mais significativos da sua vasta e heterogénea obra artística. A comunicação dará um relevo particular aos painéis 807 e 808, nos quais Richter reúne um conjunto de estudos sobre fotografias documentais do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, constituindo a base de criação de um ciclo homónimo de pinturas abstractas, exibido pela primeira vez em 2014. Influenciado por um permanente jogo de tensões entre a memória individual e colectiva, o figurativo e o abstracto, o arquivo e o inarquivo, o testemunho e a criação, este ciclo de pinturas, apesar de ainda pouco estudado, permite-nos compreender não só a componente eminentemente híbrida e multidisciplinar da prática de Richter, mas também o complexo sistema de renúncias, expectativas e desejos que marcaram as suas diversas tentativas de representação da memória do Holocausto e da Segunda Grande Guerra por via da pintura. Argumentar-se-á, por recurso à análise comparativa de diferentes obras, que em Richter a pintura surge como um evento mnemónico, operando inúmeras passagens e transformações dialécticas entre as práticas da fotografia, do cinema e da instalação.


Rita Maria Gonçalves Ribeiro

Narrar as vozes da alteridade: o testemunho, a literatura e as ciências sociais

No campo das ciências sociais, a complexa tarefa da interpretação está profundamente relacionada com o trabalho delicado de chegar às práticas e aos sentidos da acção social. As abordagens metodológicas mais enriquecedoras e instigantes levam quem pesquisa até àqueles que vivem – certa circunstância, certa condição, certa regularidade ou anomalia. Trata-se de ir em busca dos lugares densos da vida social e escutar as vozes dos indivíduos, dos grupos e das comunidades. E nisto sempre se lida com a alteridade, não apenas a que encontramos nas margens e periferias do nosso próprio universo cultural, mas sobretudo a alteridade enquanto condição outra, de excepcionalidade ou extemporaneidade. As vozes que assim escutamos compõem um concerto que nos confronta com a diversidade e a complexidade e nos força a rejeitar as tentações da interpretação espartilhada da realidade. Neste processo é de grande vantagem seguir a literatura e o testemunho literário, na medida em que hipertrofiam aquilo que frequentemente falta nos trabalhos de ciências sociais – a polifonia que densifica e humaniza a narrativa. A literatura constitui-se, assim, como um lugar de enunciação paralelo ao conhecimento produzido no domínio das ciências sociais, e anima um diálogo fecundo com quem nestas últimas procura ouvir as vozes comuns e pensar a sociedade através delas.


Lilian Oliveira Neves

Arquivo na obra fotográfica de Eustáquio Neves

A relação de Eusáquio Neves com as suas memórias, com seu tempo e seus arquivos é o foco desta comunicação. A discussão sobre os processos de criação está, portanto, vinculada às pesquisas sobre o estatuto da imagem de arte, sua ontologia e suas funções sociais e políticas. Necessariamente ambivalente, impura e ambígua, a proposta poética de Neves opera uma síntese entre recursos fotográficos e extrafotográficos que contribuem para superar o debate sobre as fronteiras da produção fotográfica experimental no campo das artes visuais contemporâneas. As diversas séries de fotografias a observar, manipuladas antes, durante e depois da revelação, conservam um rasto processual do registo, representação e falsificação, que tanto permite documentar como inscrever a imaginação e a alegoria no processo de individuação.

Calendário

15 ABRIL - Divulgação do programa / site
25 MAIO - Simpósio

Inscrição

Entrada livre.

Organização

Coordenação Científica e Executiva
Joaquim Paulo Serra, Director do LABCOM.IFP
Francisco Tiago Paiva, Grupo de Artes do LABCOM.IFP

Contactos

Localização

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal


Telefone

(+351) 275 242 023 / ext. 1201