O evento tem como objetivo principal incitar ao debate interdisciplinar em torno da interferência da condição mediática e multimedial na formulação de sentido, na representação, disputa e mesmo fabricação da memória, problematizando de que modo tais processos promovem, modificam e condicionam o reconhecimento individual ou coletivo em determinadas cosmogonias, especialmente através da Arte.
João Paulo Queiroz
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
“Identidade e discursos: quem me fala?”
Propõe-se um percurso sobre temas do pós-estruturalismo que debatem identidade e poder. O que é cultural é também arbitrário (antropologia estrutural). A arbitrariedade pelo signo inclui a substituição, escondida na linguagem: se “a linguagem divide o real” (Barthes) então o real é substituído pela granulação arbitrária das línguas. Através destas traçou-se um caminho de emancipação, primeiro em relação ao real, depois em relação ao sujeito que a fala. A linguagem é forma de separação: ameaça o que é significante, o que é corpo. O sujeito é falado, e assim constituído na linguagem (Althusser, Lacan). O sujeito, porém, resiste à fraqueza da mesma linguagem. A resistência é a identidade, que aqui se aproxima da sua diferença. Ambas, identidade e diferença, subsistem como referências retóricas do poder. Daqui a possível interrogação: quem me fala?
Marcos Palacios
Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia
“Webjornalismo e Memória: Identidades Petrificadas?”
PAs tecnologias digitais e as transformações por elas desencadeadas afetaram o jornalismo em todas as suas dimensões: modelos de negócios, produção, circulação, consumo, compartilhamento de informação. Um dos aspectos dessa nova forma de existência do jornalismo é a imensa potencialização da Memória. Em geral, destacam-se aspectos positivos desse fenômeno. Procurarei iluminar uma de suas facetas mais problemáticas: a curadoria da Memória e seus efeitos sobre a Identidade.
Universidade da Beira Interior
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